Audi A3 e-tron
Por Rodrigo Machado // Fotos: Divulgação
Ao contrário daqueles programas que passam depois da meia noite na TV fechada, a Audi se tornou especialista no “não parece, mas é”, os chamados sleepers. Os S3 Sedan e Sportback são excelentes exemplos de carros que vestem social, mas por baixo usam apetrechos de couro que sua mulher (ou mãe) jamais poderia saber. Bem, temos uma novidade para você: eles não são os únicos que escondem sua real intenção na atual linha de médios da Audi. Meio escondido no estande da marca no Salão do Automóvel estava o A3 e-tron, um híbrido plug-in que, apesar de carregar tanta tecnologia quanto os esportivos, prefere concentrar seus esforços em salvar o mundo ao invés de se render aos próprios prazeres.
Se você é como nós, já está um pouco cansado de ouvir falar de híbridos. A verdade é que desde o lançamento do Toyota Prius, em 1997 – o mais popular desta classe –, poucos conseguiram conquistar a nossa atenção. O problema é que a maioria deles não era realmente eficiente no seu papel – serviam mais como case de marketing do que de engenharia.
Com normas de emissões e consumo de combustível cada vez mais rigorosas, os últimos anos trouxeram uma mudança nesta tendência, com carros ecológicos bons de fato. E o A3 e-tron é, sem dúvida, parte desta nova leva. Lançado na Europa no meio deste ano, o híbrido já está confirmado para ser vendido no Brasil no segundo semestre de 2015. O preço deve girar em torno de R$ 170 mil e a importação será limitada. 
Audi A3 e-tron
MÁGICA
Dê uma olhada com carinho no e-tron e você vai perceber os para-choques diferentes – o traseiro esconde a saída de escape –, alguns logos espalhados por aí e que as quatro argolas na dianteira mascaram uma entrada de tomada. Dentro, o mostrador à esquerda não é um conta-giros e há um botão a mais no console. E só. Apesar do nome, nada de luzes de neon inspirada nos filmes Tron ou de outros de ficção científica.
Assim como no irmão mais forte, o S3, é no compartimento do motor que as coisas ficam mais claras. Lá dentro está o 1.4 TSI de A3 e VolkswagenGolf, só que com 150 cv e 25,5 mkgf, e empurrado seis centímetros para o lado do passageiro. É nesse espaço que entra toda a parafernália necessária para fazer a mágica de elétrons moverem rodas.
R$ 1,73 POR 50 KM
O rotor em si pesa 34 kg e fica entre o bloco a gasolina e a transmissão de dupla embreagem e seis marchas. Capaz de despejar 102 cv e 33,6 mkgf, ele contribui para potência total de 207 cv e torque de 35,6 mkgf. É bom explicar, aliás, que para conseguir os dados totais não é só somar potência e torque dos motores a gasolina e elétrico. O problema é que não é em todas as situações que os dois estão trabalhando juntos ou em ritmo máximo.
O conjunto de baterias de 8,8 kWh fica sob os bancos traseiros e rouba um pedaço do tanque de combustível – que perde 10 litros – e do porta-malas – que é 100 litros menor. Em uma tomada caseira, a carga completa demora cerca de quatro horas, tempo que cai pela metade em tomadas industriais. 
Na prática, significa que recarregar as baterias do A3 e-tron na sua casa pode custar, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica, entre R$ 1,73 e R$ 4,22, dependendo de onde você mora. Ou seja, varia entre o preço de 0,5 e 1,5 litro de gasolina. A boa notícia é que uma carga completa te dá autonomia para 50 km. Então, em uma conta rápida, se você usar o A3 apenas no modo elétrico, o consumo relativo dele é de mais ou menos 50 km/l.
Audi A3 e-tron
MUNDO PERFEITO
Lembra daquele botão diferente na cabine do e-tron? Então, ele comanda os quatro modos de uso do hatch. O primeiro é exatamente o 100% elétrico. E conviver com o A3 nesse ajuste é basicamente igual a outros desta classe: muito silêncio, torque instantâneo e agilidade para encarar a vida urbana. Nele, você acelera de 0 a 60 km/h em saudáveis 4,9 s e flutua quando tira o pé do acelerador. Para valorizar o máximo da energia cinética, o sistema desacopla a embreagem quando você não está usando nenhum dos pedais.
O seguinte é o Hybrid Auto, que combina da melhor forma possível o uso dos dois motores e usa a carga da bateria sem medo de ser feliz. É nele que você atinge o melhor desempenho do híbrido, com 0 a 100 km/h em 7,6 s, mas chegará ao seu destino sem carga de eletricidade. É nesse modo, o de comportamento mais nervoso, que é mais fácil de perceber a diferença do e-tron para o A3 normal.
Audi A3 e-tron
O grande avanço da terceira geração do hatch foi conseguido principalmente por causa da redução de peso, que ajudou a criar uma suspensão menos firme, uma direção mais precisa e um dos melhores comportamentos dinâmicos que a Audi já fez. O sistema elétrico do e-tron adiciona cerca de 300 kg à mistura, o que deixa o carro preguiçoso, com a frente mais pesada e direção menos comunicativa.
Sorte da Audi que ninguém vai comprar um e-tron pela capacidade de deixar marcas de borracha no chão. E sim pelos dois últimos modos de condução. O Hybrid Hold usa basicamente o motor a combustão para mover o carro e segurar a carga da bateria. A ideia é guardar uma reserva para ser usada em algum centro urbano, por exemplo.
Tabela A3 e-tronMas a boa sacada está no ajuste Hybrid Charge, que usa o 1.4 como um gerador para recarregar as baterias. No mundo perfeito da Audi, o cenário é o seguinte: você tem um trajeto de 100 km para percorrer e está com a carga completa. Faz 50 km no modo elétrico – que funciona até 130 km/h –, 20 km no Hybrid Charge e o restante no elétrico mais uma vez. Nessa situação, dá para percorrer os 100 km usando 1,7 litro de gasolina. Pois é, umAudi que acelera até 100 km/h em pouco mais de 7 segundos e bebe tão pouco. Entendeu porque o A3 e-tron é um legítimo sleeper?
Fonte: Car and Driver
Quantas pessoas inocentes e quantas crianças sofrem no mundo! Senhor, dai-nos a vossa paz. Papa Francisco
Vá com o Espírito Santo e o Imaculado Coração de Maria!